quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Construção terá impulso milionário durante o ano

Financiamentos imobiliários com prazos mais longos, programa Minha Casa Minha Vida do governo, recuperação econômica com o fim da crise financeira internacional, além da expansão da renda e do emprego.

Tudo isso vai elevar em muito os investimentos da construção civil em Bauru em 2010 na esteira do crédito para a casa própria, que dobrou em 2009 e chegou a R$ 47 milhões em financiamentos no Brasil, segundo a Caixa Econômica Federal.

Só o Minha Casa, Minha Vida tem R$ 109,2 milhões em investimentos previstos com 2.228 casas ou apartamentos (veja mais no info). Anteontem, após expectativa de quase um ano, a prefeitura assinou os primeiros contratos para baixa renda – 400 apartamentos populares.
O SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) projeta um crescimento de 8,8% no setor em todo o Brasil.

Para o diretor regional da entidade, Renato Parreira, Bauru e região também terão esse desempenho. “É evidente que os recursos públicos como o PAC não chegam em nossa região com a mesma intensidade de grandes centros, mas pelo excelente desempenho dos financiamentos da Caixa somado ao de grandes empresas, mais os programas assistenciais, vai ser um excelente ano para construção civil.”

Após freio no emprego, cenário é positivo
O ano da crise – 2009 – foi ruim em Bauru para empregos diretos. Segundo o Ministério do Trabalho, o setor contratou 7.610 pessoas e desligou 9.002 – ou seja, o ano fechou com um saldo de menos 1.392.

Renato Parreira aponta que Bauru e Região sentiram bastante os reflexos da crise, repercutindo na taxa de emprego como no restante do país, mas prevê um ano melhor. “Acreditamos que a evolução dos empregos disponíveis vai acompanhar as taxas de crescimento do setor. Assim sendo, Bauru possui aproximadamente 10 mil trabalhadores formais e pelo menos 5 mil informais. Acreditamos que teremos em Bauru pelo menos 1,5 mil empregos e assim proporcionalmente para os informais.”

Imobiliário
Quem deve ajudar nisso são os financiamentos imobiliários. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) devem somar R$ 50 bilhões em 2010, dos quais R$ 30 bilhões para pessoas físicas e R$ 20 bilhões para construtoras: uma alta de 47% em relação a 2009.

Para você que lê esta matéria, a dica que parece óbvia, mas é preciosa: pesquise sempre qual a melhor opção de imóvel para sua condição atual. E com pés no chão.

BOM DIA pergunta; a Caixa responde
Quanto a Caixa liberou em crédito habitacional para Bauru e região em 2009?
R. A Caixa liberou R$ 529.624.000,00 na região de abrangência da Superintendência Regional.

Foram quantas moradias construídas em Bauru e região em 2009?
R. Foram contratados 15.342 financiamentos habitacionais.

Qual a previsão em 2010?
R. Igualar ou superar.

Abrangência

A Caixa informa que a população beneficiada com a liberação dos créditos habitacionais na região de Bauru atinge 61.850 pessoas. As metas são sempre de igualar ou superar os períodos anteriores.

Convém lembrar que Caixa Econômica Federal encerrou o ano de 2009 com a maior contratação habitacional de sua história. Segundo balanço divulgado durante a semana, a Caixa emprestou durante o ano passado 71% de todo o crédito imobiliário do mercado. O volume de financiamentos fechou em R$ 47,05 bilhões, dos quais R$ 14,1 bilhões foram destinados ao Programa Minha Casa, Minha Vida.

Vendas extraordinárias esperam ser superadas

Segundo a pesquisa interna da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa 138 mil lojas de material de construção no país, o varejo do setor apresentou um crescimento de 4,2% em 2009 em relação a 2008, atingindo um faturamento total de R$ 45,04 bilhões.

De acordo com a associação, no mês de dezembro, o crescimento em relação a novembro foi de 4,5%. Já em relação a dezembro de 2008, a alta registrada foi de 20%. “Sem dúvida, crescer 4,2% em relação a 2008, que foi um ano recorde para nosso segmento, se mostrou um resultado extraordinário”, comemora Cláudio Conz, presidente da entidade.

“Começamos o ano com retração de 15% no primeiro trimestre e tivemos uma melhora em março e abril, devido especialmente à redução do IPI ]Imposto Sobre Produtos Industrializados]. Daí para frente, fomos melhorando mês a mês.”

Cláudio Conz continua: “Em 2010, para um crescimento do PIB previsto em mais de 5% esperamos crescer acima de 10%.”

“Há aumento de renda da população. Em 2010, os números dos financiamentos habitacionais com recursos da poupança serão recordes, acima de R$ 40 bilhões, e assim, bem superiores aos R$ 30 bilhões de 2008 e 2009.”

Eduardo, 20: começando do zero
O agricultor Eduardo Ivan Pires, 20 anos, vai construir sua primeira casa e iniciou todos os procedimentos de pesquisa de preços.

“Vou começar do zero, corro atrás de tudo: cimento, cal, válvulas, areia. Vou gastar pelo menos R$ 8 mil agora, mas estou gostando dos preços”, diz enquanto é atendido na loja Bigolin da avenida Rodrigues Alves, quadra 14, Centro.

O mecânico Romualdo Cipriano, 39, encara o desafio de construir e reformar. “É que estou fazendo minha casa no Vista Alegre e ajudando minha mãe a reformar a dela, no Gasparini.”

Voz do comércio
Da quadra 16 da rua Bernardino de Campos, Vila Souto, o dono da loja Cimenfer observa: “Mesmo com janeiro chuvoso, o movimento vem crescendo.”

Mas Antonio Fernando Redondo, 41 anos, 12 de comércio, alerta para um efeito colateral desse impulso todo. “A indústria está um pouco saturada, já trabalha no pico. Se a demanda subir demais, a tendência é de aumento nos preços.”

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